Quando no filme "O Fabuloso Destino de Amélie Poulain" ela devolve ao seu dono a caixa que encontrou escondida na sua nova casa, consigo imaginar e sentir a felicidade que ele deve ter sentido ao rever tantas memórias.
Eu fico fascinada com caixas cheias de recordações e talvez por isso vá guardando postais, fotos e recortes numa grande caixa. É só mesmo isto que vou guardando, até porque não sou muito apegada às coisas em geral. Acho que tudo tem um tempo de vida e que se deve deixar partir o que é velho para dar lugar ao novo, sem qualquer mágoa ou saudade.
Hoje, não há o hábito de enviar postais e muito menos escrever longas cartas, mas eu considero-me uma sortuda porque tenho de tudo um pouco dentro da tal caixa, que de vez em quando abro para matar saudades e rir sózinha com o que vou redescobrindo.
Até nascer o meu segundo filho, fazia álbuns de fotografias elaboradíssimos, com frases, desenhos e colagens. Agora, tenho pena de não ter tempo nem paciência para tal dedicação.
Talvez esta minha vontade de querer guardar as tais recordações e tentar aprimorar nos álbuns se prenda com o facto de os meus pais me terem deixado como prova de vida um álbum do mais criativo que tenho visto, uma vez que tem as páginas todas em branco excepto uma que tem uma mexa do meu cabelo! Claro que isto até podia fazer algum sentido, não fosse o meu pai, o homem da tecnologia. Nos seus tempos áureos, era ele que fotografava e revelava os seus rolos. Realmente, falta de registos não há, estão é todos desirmanados e sem qualquer nexo dentro de uma caixa gigante que volta e meia vou vasculhando quando passo em casa dos meus pais. A minha mãe ainda tem o desplante de se chatear comigo, dizendo que lhe desarrumo a casa e não percebe o porquê de tanto apego àquela caixa!
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